terça-feira, março 01, 2011

Mitos e verdades de Indiana Jones (Parte 3/4)

INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA

>>>MAPA DA MINA
Lançamento: 1989
Harrison Ford tinha: 46 anos
Bilheteria: US$ 474 milhões
Sinopse: Em 1938, Indy descobre que os nazistas estão procurando o Santo Graal e, para consegui-lo, capturaram o maior especialista do mundo: seu pai, Henry Jones (Sean Connery). Enfrentando o ceticismo e anos de conflitos familiares, o arqueólogo parte para mais uma aventura.

Com destino: pai e filho cruzam a Europa em busca do Santo Graal
O filme abre com um flashback de 1912, em que um Indiana Jones adolescente encontra a Cruz de Coronado. Quem foi Coronado?
Francisco Vázquez Coronado y Lujan (1510-1554) foi um conquistador espanhol que, entre 1540 e 1542, visitou o atual Novo México e outras partes do que é hoje o sudoeste dos Estados Unidos. Assim como muitos, ele caiu no conto da cidade rica perdida. Coronado cruzou o deserto procurando Quivira e Cíbola, duas das lendárias "Sete Cidades de Ouro". Apesar de algumas vitórias militares contra os nativos, sua expedição perdeu homens, tempo e dinheiro. Ele morreu falido na Cidade do México em 1554.
Quando Indy vai para a Europa procurar seu pai, a primeira parada é Veneza, onde descobre catacumbas subterrâneas. Elas existem?
Não! De todas as cidades do mundo, os roteiristas escolheram uma das mais improváveis para colocar catacumbas. Veneza fica exatamente no nível do mar e, além de estar afundando, foi construída sobre pequenas ilhas. Os prédios não podem nem ter porões em Veneza, ainda mais quilômetros de catacumbas que durem séculos.
TRADIÇÕES INVENTADAS
Criador e criatura: Adolph Hitler confiava em Heinrich Himmler para comprovar suas teses
Apesar de nunca terem procurado a Arca da Aliança ou o Santo Graal onde quer que seja, os nazistas eram obcecados pelo seu passado. Tinham um foco muito específico: encontrar evidências científicas da existência da raça ariana. Segundo as crenças de Hitler, esse povo pré-histórico de gente loira e olhos claros teria dominado os primeiros tempos da humanidade e originado toda a cultura - sério, toda. Os alemães seriam os últimos descendentes dessa raça. Reescrever a pré-história era função de Heinrich Himmler, amigo pessoal de Hitler. Além de chefe da SS, temida polícia do Führer, ele era presidente da Ahnenerbe, instituto de pesquisa fundado por ele em 1935 com a função de produzir evidências científicas para as maluquices históricas inventadas por Hitler. A organização, que reunia aventureiros, esotéricos e acadêmicos de péssima reputação, chegou a ter em seu auge 137 empregados fixos e 82 colaboradores, e financiou expedições e missões secretas para Iraque, Finlândia e Tibete. Toda essa história é contada com detalhes em "The Master Plan", livro da jornalista Heather Pringle, especialista em história. "A Ahnenerbe foi uma das grandes obras-primas de enganação de Hitler", diz Pringle.
Os Jones vão até Berlim e presenciam uma queima pública de livros. Isso acontecia mesmo?
As grandes queimas de livros da Alemanha Nazista aconteceram em 10 de maio de 1933. O filme se passa em 1938, quando elas já não eram tão comuns - não por falta de entusiasmo, mas de livros mesmo. Apoiada por estudantes e realizadas nas cidades universitárias, as cerimônias chegavam a formar fogueiras de até 30.000 livros, com direito a muita bebida e bandinha. Valia qualquer tipo de livro, de Bertolt Brecht a Ernest Hemingway, passando por todos os autores judeus, claro.
O filme fala de cavaleiros que participam da Primeira Cruzada para encontrar o Santo Graal. Os cruzados realmente buscavam recompensas espirituais na Terra Santa?
Sim, por incrível que pareça. No livro "The First Crusade and the Idea of Crusading" ("A Primeira Cruzada e a Idéia de Cruzar"), Jonathan Riley-Smith defende a teoria cada vez mais aceita de que participar de uma cruzada era uma empreitada imensamente cara, um "bem" que só poderia ser adquirido por cavaleiros que já tivessem um belo pé-de-meia. Ainda assim, esses cavaleiros ricos tinham de vender terras para parentes, e muitas vezes rolava patrocínio familiar.
Não esquecendo: o que é o Santo Graal?
É uma metáfora para algo sagrado e sublime que só pode ser encontrado pelos bons cristãos. A Bíblia não traz referências ao Graal; trata-se de mitologia cristã, uma invenção de escritores medievais que "pegou" e ganhou muitas interpretações diferentes ao longo dos séculos. A mais clássica: é o cálice que Cristo usou na Santa Ceia e que depois foi empregado para recolher seu sangue na cruz.

Continua...

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